" Era já de madrugada. O seu quarto estava escuro, sozinho. A chuva batia
enraivecida na sua janela enquanto o vento feroz lhe arrancava um suspiro de
medo, um aperto no coração. Pelo seu rosto deslizou uma lágrima: como sente a falta
dele. Tudo ficava melhor e menos assustador quando lhe conseguia tocar durante
a noite, quando o sabia a seu lado, com o coração quente a bater contra o seu
corpo em “conchinha”. Odiou-o por não estar com ela. Odiou-o por o amar tanto e
por não conseguir dormir sem ele. “Arrrrrrgh …” Agarrou a almofada e desejou
que o dia amanhecesse rápido, que a chuva atormentada parasse de cair de uma vez
por todas e que o vento ensurdecedor findasse. Mas acima de tudo, desejou que
ele voltasse rápido para o seu lado. Que voltassem a adormecer juntos, com as
mãos entrelaçadas e ele a beijasse de boa noite, prometendo a eternidade
um ao outro, escondida no suspiro de um “amo-te”. Naquela noite não dormiu. Mas
sonhou. Ó, se sonhou! "
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