sexta-feira, 3 de maio de 2013

A praxe (...)

Há imenso tempo que já não escrevo, tenho andado numa verdadeira roda viva. Ele é trabalhos, ele é horários, aulas, praxes, tentar passar algum tempo com quem gostamos... Enfim, não tem dado tempo para "parar e pensar".

Hoje trago um tema algo "polémico": a praxe. Podia ter falado disto mais cedo, mas só agora que acabou posso ter uma opinião mais completa e mais verdadeira também. Decidi falar disto pois é algo que realmente completou a minha experiência no primeiro ano da Universidade. Fui com aquele pensamento "vamos lá ver o que isto é" e acabei por conhecer muita gente da qual sou hoje amiga e de quem gosto muito.
Ora portanto, na próxima terça-feira (dia 7 de maio) serei batizada, junto daqueles que partilham esta experiência comigo há cerca de 9 meses. Pelo caminho muitos desistiram, outros acabaram por ser afastados, e sobramos agora cerca de 37 pessoas (muitos ainda, é verdade).



Muitos foram os dias em que não apetecia ir, em que ficar em casa no quentinho e sossegada teria sido muito melhor, em que podia ter aproveitado aquele tempo para descansar, etc etc. Mas a verdade é que, olhando para trás, todos aqueles dias (e noites também) deixam saudades, fazem pensar "valeu a pena ir!", e desejamos que não acabasse já. Estamos a uma semana do Enterro da Gata (correspondente à Queima das Fitas de Coimbra e Porto e etc) e as saudades já apertam. Aqueles a quem chamámos "doutores" foram mais do que isso, foram amigos, foram uma família, um ombro amigo, alguém que tratou de nós. Custa ter de escolher um padrinho ou uma madrinha, dado que gostamos tanto de todos (ou da maioria), mas temos a certeza que mesmo que escolhamos o padrinho/madrinha A ou B os outros continuarão a ser tão verdadeiros, chegados e amigos como até agora foram.

 Nem todos os praxantes sabem praxar, nem todos sabem o que é suposto fazerem e nem todos reconhecem limites. Aí sou da opinião que deixa de ser praxe e perde todo o seu sentido, o seu propósito. No entanto, nem tudo na praxe está certo ou é justo. Mas os maus momentos são esquecidos quando olhamos para trás e pensamos naquele longo caminho que percorremos, que nos tornou tão próximos de algumas pessoas, que nos faz verter lágrimas só de pensar que acabou. Daqui por duas semanas, mais exatamente na quarta-feira dia 16, deixamos de ser caloiros. Ao passar na varanda do Museu Nogueira da Silva, recebemos a bênção do mui nobre reitor da Academia e deixamos oficialmente um ano de caloiros, um ano de praxe, um ano de descobertas para trás. E embora o fim seja triste, a verdade é que tudo tem de ter um fim, e no final ficamos para lá de contentes por termos conseguido passar por tudo. Por horas e horas de praxe. Pela praxe 24h ("Das 8h às 8h; é das 8h às 8h que CC é animado; 24h doutores sempre a meu lado (...)"); pelas inúmeras praxes noturnas; pela praxe da lama (como diria um doutor meu "Parecem os 'craquediles' no pantanal"); pela Latada; as várias praxes do Cabido de Cardeais; e, por último mas certamente não menos custosa: a praxe do Julgamento de Curso (a pior das piores, a última das últimas, o teste dos testes). Sobra agora apenas o Batismo, noite que todos aguardamos com muita ansiedade. O momento em que os nossos padrinhos nos batizam na fonte do Largo da Câmara Municipal de Braga, a última praxe.



Depois deste post longo, concluo dizendo apenas que a praxe não é aquele bicho de sete cabeças que algumas pessoas fazem, os doutores/engenheiros/arquitetos não são sequestradores, não são vilões. Nestes últimos dias lembro-me muitas vezes de uma frase que a nossa mui nobre Presidente da Comissão de Praxe nos disse ainda no primeiro mês de praxe "A praxe não é para os doutores. Nós já por aí passamos. A praxe é feita para vocês, caloiros!" e na altura ficamos todos "yeah, right! É mesmo para nós isto...", mas a verdade é que é mesmo. O meu primeiro ano não teria sido o mesmo sem os meus doutores, sem as brincadeiras, os risos, as músicas, os jantares... enfim. Vai deixar saudade :) . E só lhes tenho a agradecer por TUDO. Mas, como disse, sei de muita gente que passou verdadeiras amarguras devido à praxe, porque há muitos praxantes que não o sabem ser e abusam da sua "autoridade".



- Qual é a vossa opinião da praxe? Participaram? Gostaram? Acham desnecessária? :)

xx

1 comentário:

  1. Gostei de ser praxada e de praxar. Acho que nos ensina a não nos levarmos tanto a sério. Acho que é uma experiência boa. Isto quando os praxantes não são umas bestas quadradas. :)

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